Modo Silencioso, 2019
Instação sonora
Audio sorround 5.1 - aprox. 8 min
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Modo silencioso é um convite a pausa, a escutar com a pele, com o corpo. Um ambiente imersivo no qual o público é convidado a sentar em um banco acústico cercado por alto-falantes. A narrativa que percorre os alto-falantes, é baseada em textos sobre improvisação de Walter Smetak, em que a voz dos artistas gravados lentamente é transcodificada em padrões de vibração de smartphones.
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É possível sentir a instalação através da escuta coclear (auditiva) e óssea (tátil). Apesar do título do trabalho incitar silêncio, presenciamos uma paisagem de ruídos em áudio surround 5.1.
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Para o sistema de sonorização da instalação é criado um ambiente de imersão sonora, configurando a espacialização de áudio surround ambisonic. A distribuição sonora se dá nos três eixos (altura, largura e profundidade), a partir de seis canais de áudio individuais, criando uma zona de imersão sensorial e perceptiva para quem estiver na instalação.
Além dos cinco canais de distribuição espacial do som, há também um sexto canal de áudio dedicado à escuta ósseo corpórea, usando uma caixa de som do tipo subwoofer, localizada dentro do banco de madeira ao centro do espaço. É criado um canal de low frequency effect (efeito de baixa frequência), que transmite impacto, pressão e peso, conduzindo sensações extra auditivas e ósseo sensoriais.
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Na transcodificação do som é utilizado um vocoder (instrumento virtual). A voz é transformada em um vibracall , a partir do sampleamento do toque de celular. O uso desse sample torna-se o carrier (timbre) do formante da voz, de forma que a declamação do poema parece ser feita pelo aparelho.
Criação e direção
Joana Burd
Desenho de som
Nikolas Gomes Ferranddis
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Intérpretes
Bruno Fernandes e Bê Smidt
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Captura e edição de imagens
Carina Macedo
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Textos lidos pelos intérpretes
Walter Smetak. O enxerto do Takaká e outros textos. Editora: Edufba, 2019. Edição: 1ª. ISBN: 978-85-232-1832-4.
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A risada sem riso
O riso sem risada
A risada chorada
A risada da ignorancia
A risada substituindo a fala
A risada substituindo a resposta
A resposta substituindo a risada
Como artistas transformamos “o silêncio” em imagens e sons.
Imagens e sons transformam o artista em silêncios.
O silêncio é a grande fonte da causa única.
Se não tivesse os rumores o silêncio seria muito chato.
Os rumores são a fiel reprodução dos silêncios.
Estamos perdendo a percepção dos silêncios.
Criamos máquinas muito mais sensíveis que nossos sentidos humanos.
Então; colocamos “silenciosos” nas máquinas para que elas não perturbem nosso silêncio.
Porque as máquinas também têm a sua vida própria: o barulho.
Já a máquina “humana” é mais silenciosa, não percebe seu ruído interior.
Nesse mundo digital temos novas possibilidades de fala e novos formatos de silêncio.
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